Autor: admin

  • Contratação Pública – Um travão ao desenvolvimento local?

    Contratação Pública – Um travão ao desenvolvimento local?

    Num país onde existem realidades tão distintas, sim.

    Reparem, a contratação pública é sem sombra de dúvidas importantíssima para o conceito de desenvolvimento local cujo qual habitualmente trabalhamos enquanto funcionários públicos. Pressupõe-se que o desenvolvimento local seja um processo integrado e participativo que tenta essencialmente promover as potencialidades do território e que visa a melhoria das populações (Comissão Europeia, 2011). Quanto à importância que a contratação pública assume nesta função estamos conversado, ainda mais quando falamos de territórios onde o tecido empresarial é caraterizado por micro negócios.

    O problema é, na minha opinião, a complexidade da contratação pública e as suas limitações. Em PORTUGAL e em portugal. Sim, existem dois países, ou até mais, quando falamos da assimetria que existe nos diversos territórios. Vamos desde os grandes organismo públicos e municípios de grande dimensão, mais capacitados do ponto de vista técnico, aos pequenos, que muitas das vezes estão completamente desprovidos de capacidade técnica e de forma de a alcançar. E as regras? As regras são as mesmas.

    Compreendendo na íntegra a importância dos grandes princípios que estão por de trás do CCP e das diretivas europeias, da necessidade de regular o que obviamente tem de ser regulado e claro da dificuldade que é legislar. O que não consigo compreender é como ainda não foram previstas e acauteladas medidas que reflitam as necessidades de quem está nos territórios mais pequenos. Passados dezessete anos da entrada em vigor do Código dos Contratos Públicos, e das suas infindáveis alterações, ainda não pensaram em nós.

    E quem somos nós?

    Somos aqueles que trabalhamos territórios de baixa densidade, de pequena dimensão do ponto de vista de organização administrativa; os que somos poucos e sabemos que nunca seremos os necessários; os que tentamos da melhor forma adjudicar as nossas necessidades e o que nos é exigido. No meu ponto de vista, aqueles que quando falamos de desenvolvimento local, somos os mais necessitados.

    E quão trava este travão? Na minha humilde opinião, muito. Trava desde a pequena aquisição de bens alimentares cujos fornecedores locais não possuem capacidade administrativa para fornecerem o estado, à grande obra estruturante que leva demasiado tempo a transpor todas as barreiras burocráticas que a caracterizam.

    O pão acaba por chegar ao refeitório da escola e a empreitada de requalificação da rede de abastecimento de águas da Travessa de Baixo acaba por acontecer, mas tarde, desgastando quem para isso trabalhou e atrasando os benefícios das suas concretizações juntos da nossa população.

    Comissão Europeia (2011). Territorial development insights. DG Regio, European Union.

  • Qual é o desafio?

    Prestar o melhor serviço público possível, lidando com a característica falta de recurso das mais variadas naturezas.

    Este blog surge da necessidade pessoal de escrever acerca das temáticas transversais à administração pública, com especial foco na administração local, onde desenvolvo a atividade profissional desde 2017.

    Vou tentar manter um tom sóbrio.

    Sou atualmente dirigente intermédio de uma unidade orgânica num município de pequena dimensão, que tem como principais áreas de atuação as finanças locais, contratação pública e recursos humanos. Se estão por aqui, acredito que tenham ideia da globalidade de assuntos que estamos a falar.

    Longe de saber tudo, mas com uma insaciável vontade de aprender sempre mais, procuro todos os dias aprofundar o meu conhecimento nas diferentes áreas de atuação.

    Devoto profundo do credo que advoga as vantagens da proximidade das autarquias, sou também um dos que levanta voz para que nos ouçam quando dizemos que não temos meios para tanto!

    Não existe serviço público sem pessoas, sem vontade nem sem transparência e informação.